 |
Foram cerca de 150, os sócios e outros amigos que se inscreveram para o almoço confeccionado pelas gentes da terra e membros da associação. Para entrada, um belo torricado de pão de mistura (gentilmente oferecido pelo padeiro de Cardigos, Sr. António Dias) regado com azeite da terra e outros aromáticos da serra; amigalhado com o torricado, a morcela de arroz e o chouriço de carne do fumeiro para início do repasto. Da pedra, nasceu também uma bela sopa que aos “abades” e amigos que nos presentearam com a visita (P.e Ilídio, Pe Zé Luis das Cimadas, e o nosso conterrâneo, amigo e dirigente da nossa associação P.e Rui Tereso) não deixou ficar mal impressionados; não fosse a sopa da pedra, eternizada numa lenda que tem como protagonistas um abade mendigo e uma pedra sapiente, que nunca deixava o seu dono ficar de estômago vazio nas suas viagens apostólicas. A seguir à Sopa da Pedra seguiu-se o Maranho e Bucho recheado, oferecidos pelo Restaurante Ponte Velha da Sertã a quem gentilmente agradecemos; acompanhados por uma belíssima salada e batata frita.
Não faltaram à sobremesa, filhós ainda quentinhas, simples, ou com mel; tigeladas, frutas da época, e outros doces oferecidos pelas “meninas” da Maljoga.
Estava tudo delicioso e muito animado. A tarde continuou com música, jogos de cartas, conversa entre uns e outros, convívio e partilha de momentos de encontro com aqueles que normalmente se vêm apenas nestas ocasiões.
Mas o dia ainda agora ia a meio... E por entre vendas t-shirts da associação, leilões de bolos, vendas de rifas do cabaz e do presunto, uma cerveja geladinha; miúdos e graúdos divertiam-se num encontro de felicidade próprio dos dias de festa entre amigos.
Bem lá para a tardinha, na hora em que a barriga já dava sinal de alguma inquietação, Caldo Verde, grelhados diversos e saladas deram o pontapé de saída para uma noite de Fados ao Cair da Tarde.
A plateia estava montada com os bancos da capela. Umas iluminárias, feitas a partir dos canecos que em tempos recebiam a seiva do pinho bravo, ladevam agora o recinto recriando um cenário penetrante.
Eram precisamente 20:36 quando “Os putos” de Ary dos Santos e Paulo de Carvalho ecoaram de maneira intensa no adro que havia sido impecavelmente preparado pelo pessoal da Câmara Municipal por aqueles dias. No palco, engalanados, Os Marialvas de Leiria deram o corpo a uma belíssima noite de fados que só terminou pelas 23.40. Entre autores famosos, e fadistas conceituados, Carlos do Carmo, Amália, Marceneiro..., e outros músicos menos ligados ao fado, fomos presenteados com deliciosos arranjos para fado de letras de Zéca Afonso, Pedro Abrunhosa entre muitos outros. Numa composição musical com nuances de jazz e bossa nova, onde a percussão fazia a ponte com um contrabaixo alinhado com a guitarra portuguesa e a viola acústica, surpreendidos aqui e acolá pelo trompete.
Ainda houve lugar para dois momentos culturais, em que quisemos enaltecer as gentes, as tradições e a cultura destes povoados. A declamação de 3 peças culturais, 2 poemas musicados por Joaquim Alves já falecido faz mais de 10 anos. E um poema autobiográfico do Ti Zé da Mata, um cego artesão de cordoaria que desapareceu há várias décadas, mas deixou uma obra literária intrigante.
Não foram muito mais dos 150 do almoço, aqueles que se juntaram a nós para este momento musical. Mas todos ficaram maravilhados com a belíssima actuação.
Houve ainda lugar para sortear um cabaz e um presunto.
Esta festa não seria possível sem os patrocínios de vários amigos e entidades: Câmara Municipal e Junta de Freguesia de Proença-a-Nova, Cascalheira e Filhos, Oculista Jacinto, Farmácia Roda, Joaquim Saramago, Fernando Miguel Lopes Pereira, Restaurante Ponte Velha, Fábrica de Cerâmica- Matecerâmica e outros amigos e sócios, para além dos demais dirigentes associativos que de forma determinada se juntaram na preparação e execução deste evento que a todos quantos nele participaram tanto agradou.
Ultrapassou as nossas expectativas a todos os níveis, e prometemos repetir a iniciativa no próximo ano. Até lá, vamos continuando com o nosso plano de actividades, e dar continuidade às obras já iniciadas na semana passada à volta e no edificio da sede da associação.
Que as forças e a coragem não nos faltem, e o resto, virá a seu tempo!
Muito obrigado a todos!
Rui Lopes
Presidente da Direcção
