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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Encontros de outono na Maljoga de Proença!

Mais uma vez, o outono na Maljoga, é marcado por um fim de semana de actividades na aldeia e à volta dela! Esperoamos que o Tonho da Mata ainda tenha por lá uns morangueiros para à malta pisar, que no forno não falte a lenha para cozer o pão, e o Tonho Lavrador não tenha a adega seca...que participantes, não vão faltar!
Juntem-se a nós, e venham dar as boas vindas ao tempo das couves, do cheiro a broa de milho, da jeropiga, da água-pé e das "quentes e boas"... Saiam de casa, venham caminhar, brincar um pouco e sorrir até que vos doam as bochechas..., que isso, a Troika não nos tira!

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REPORTAGEM

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Foi mais um encontro de outono, num belíssimo fim de semana, ao qual compareceu o Sol que tanto desejámos para abrilhantar ainda mais a festa. Cerca de 50 amigos da terra, uns de cá, outros do Oeste, de Lisboa e do Porto e reuniram-se na Maljoga para um convívio que começou no sábado, bem cedo....Ainda o sol não tinha nascido e já o forno da aldeia cheirava a esteva queimada e pão assado no forno. À mesma hora na associação amassava-se a broa e pão com medronho (especialidade da terra). Depois seguiu-se a apanha das uvas que mais tarde fariam parte do rallye paper, numa prova de pisa uvas, em que as equipas teriam de sorver o máximo suco possível de cerca de 50kg de cachos oferecidos pela Dª Carma do Tio Adelino. O almoço de sábado foi partilhado, aonde não faltou uma bela agua-pé oferta do António Balado! Seguiu-se um animado rallye-paper, cujos carros eram nada mais nada menos que uns 8 carrinhos de mão rebuscados em várias casas da aldeia...foi uma paródia! 8 equipas se formaram para fazerem um percurso a pé, e com os carrinhos de mão carregados pela aldeia, respondendo a perguntas acerca das nossas gentes e de aspetos relacionados com a Maljoga. A pisa da uva na casa do António da Mata já é tradição neste fim de semana, e desta vez não foi diferente...Lá foram eles devolver a abóbora a seu dono e pisar os cachos para sorver o mosto. Mas a tarde ainda ia a meio, e levámos os nossos amigos até à aldeia de Oliveira para ver os artesãos do vime e do xisto produzirem com mestria pequenas casas em pedra e canastras em vime. A noite foi de diversão, acompanhada de uma sopa de peixe e petiscos vários, onde não faltou a boa disposição e a entrega dos prémios às equipas vencedoras do rallye-paper, com um licor de Murtinho delicioso à mistura...
O dia seguinte começou com um pequeno almoço reforçado na associação, e às 9h deu-se o inicio do percurso pedestre, que desta vez foi pela Rota dos Estevais. Um belíssimo percurso em São Pedro de Esteval, à beira da ribeira e por entre caminhos de estevas. Foram quase 10km em pouco mais de 2h de caminhada sempre bem animada, onde os mais pequenos Gonçalo, Madalena e Beatriz não deram descanso aos mais habituados a estas caminhadas fazendo ver, que de pequenino é que se torce o pepino...E terminámos ao almoço, com uma sopa da pedra, à qual se juntaram mais uns quantos conterrâneos para um domingo solarengo e bem divertido!
Bem haja a todos quantos colaboraram, e participaram nesta iniciativa. Para o ano teremos mais encontros, talvez de inverno nas Janeiras, ou na Primavera...

Até lá, um grande abraço da Associação da Maljoga de Proença!
Rui Lopes,



sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Falecimento de Nuno Parente

 .
Vimos partir esta semana mais um amigo e sócio. De poucas palavras, mas com um coração generoso, é assim que o recordo, e dos tempos em que eu, rapazola, como muitos outros das Maljoga, saímos de festa em festa, à boleia com o Nuno Parente, a quem nunca faltou uma palavra e uma atitude amiga para os mais novos (alguns com idade para serem seus filhos).
Um espírito jovem e dedicado às pessoas que dele se aproximavam,  fez com que nunca lhe faltassem amigos a quererem conviver com ele.

A Associação Cultural da Maljoga de Proença, apresenta sentidas condolências à família enlutada!

Prestamos-lhe homenagem com um texto assinado pela Lurdes Alves, amiga de sempre do Nuno Parente!
Rui Lopes



O PRÍNCIPE



Não é belo. Nem jovem. Quase não fala e o silêncio que vem dele é-nos perturbador. A nossa memória sente-se como que atraiçoada por esta ausência de afecto. Mas, ele, traz-nos a doce lembrança dos nossos verdes anos. Do companheirismo e das horas alegres nas noites cálidas de verão.

É quase um príncipe encantado. Continua lá, no seu castelo, guardado por uma grande fortaleza e à espera que o tempo passe.

Os seus afectos onde estão ? Talvez agrilhoados por grossas correntes nas masmorras da sua alma. Quem lhe terá traçado tal destino ?

No entanto, este ser quase inatingível, porque distante, continua a alimentar os nossos sonhos de juventude. O príncipe, assim lhe chamamos, continua enigmático.

Quando se libertará deste estado de encantamento? Talvez nunca !

Mas é bom saber que ainda está lá ...

Outubro, 2005

Há palavras que ficam por dizer, sempre que, inesperadamente, alguém morre! E lamentamos, profundamente , não termos tido a oportunidade de demonstrarmos todo o nosso afeto às pessoas de quem gostamos.

Ao Nuno Parente, a quem chamamos “Príncipe”, e que nos deixou cedo demais , fica aqui um retrato singelo. Em nome de todos os amigos de juventude, e de agora, queremos dizer-lhe que “continua a ser bom sabermos que estás por aqui... nas nossas lembranças”.

Maria de Lurdes Alves