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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

CALENDARIZAÇÃO DAS ACTIVIDADES PARA 2010

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Na Assembleia Geral de Fevereiro, sob proposta da direcção, foram fixadas algumas datas relativas às actividades de 2010 que ainda não estavam marcadas. Assim, se tudo correr como previsto e se a realização das obras na sede, que esperamos venham a ocorrer durante este ano, não inviabilizarem nenhuma actividade,  as datas serão as seguintes:

  • 14 Fevereiro - Almoço de Carnaval (haverá o sorteio de um cabaz de carnaval e um torneio de jogo da malha) - Actividade já realizada - ver reportagem
  • 1º de Maio - Almoço do dia do trabalhador – com animação musical, leilão de ofertas e rifas e uma tertúlia ao início da noite com tema a definir;
  • 26 Junho - Circuito inter-aldeias (Maljogas, Isna de S. Carlos, Aldeia Ruiva e Cabeço do Moinho), com almoço e tarde de convívio no Parque de Campismo da Aldeia Ruiva;
  • 14 Agosto - Almoço de Verão - Com animação musical, quermesse, venda de rifas, torneio de sueca, torneio de malha, leilões;
  • No mês de Verão, nomeadamente nos fins-de-semana e momentos em que exista mais população na Aldeia poderão surgir actividades à noite como a  projecção de filmes, abertura do bar, histórias ao luar para os mais pequenos;
  • 21 de Novembro - Almoço do Padroeiro Cristo Rei, magusto, animação musical, quermesse, venda de rifas, torneio de sueca, torneio de malha, leilões.
  • 18 de Dezembro – Almoço de Natal, recriação da “Matança do porco”, tradição enraizada na nossa cultura.

O plano integral pode ser consultado no link ligado ao título desta notícia.

NEM NA MALJOGA ESTAMOS A SALVO DA MARGINALIDADE

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Na noite de Carnaval , de terça para quarta feira, desconhecidos sem qualquer sentido de respeito pelo "sagrado" assaltaram a Capelinha, arrobando o cofre das esmolas de onde retiraram os valores aí existentes. Passaram também pela sacristia da Capela, partindo o vidro e abrindo a porta, mas não levaram nada de valor, pois não viram nada que lhes agradasse.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

CONVÍVIO DE CARNAVAL

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O dia esteve frio... mas o calor do convívio a todos animou. Com a presença de muitos associados, suas famílias e amigos, a nova direcção, comandada pelo nosso presidente Rui Lopes, (que foi também o cozinheiro de serviço) promoveu, ontem - domingo de Carnaval, o seu primeiro convívio com que se abriram as actividades do ano de 2010.



Com a presença de mais de setenta participantes, e após as palavras de boas-vindas dirigidas aos presentes pelo nosso presidente, iniciou-se a refeição (chanfana à moda da Beira-Baixa) que foi do agrado de todos.



Foi com alegria que tivemos entre nós o Sr Padre José Luís das Cimadas (no foto que se segue é o último do lado direito) que se quis associar à nossa festa. Apesar da falta de visão que o afecta, é para todos um grande exemplo de como aceitar com amor e confiança a vontade de Deus. Apesar da sua deficiência visual, é ele que garante semanalmente a Eucaristia que, também neste domingo, celebrou para nós. Acabou por ser o feliz contemplado no cabaz de Carnaval que foi sorteado entre aqueles que a ele se candidataram.



Também já é presença habitual nas nossas festa o presidente do Centro de Bem-Estar de S. José da Maljoga da Sertã, o Ricardo (no foto, é o jovem que vemos nas costas da Ti Neves). Após o governo das Associações por veteranos, chegou a altura de serem os mais novos a assumirem as direcções dos Corpos Sociais. Isto sucedeu na Maljoga da Sertã e agora também na nossa.



Pela tarde, reuniu-se a Associação em Assembleia Geral para analisar e aprovar o relatório e contas das actividades do ano de 2009, acto com que a Direcção anterior fechou o seu mandato. Também a nova direcção apresentou o seu plano e orçamento para 2010 que também foram aprovados por todos.

Aproveitou-se também este momento solene para homenagear o nosso associado José Lourenço Serrano, mais conhecido por José Brasileiro, cujo funeral se realizou no dia 12 deste mês. O Padre Rui Tereso, presente na Assembleia, orientou uma breve oração por sua alma. Na foto (de 2007) é o primeiro do lado direito.



Joaquim Fernandes

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

ANTÓNIO CARAPINHA (Tonho da Minhoca) por Lurdes Alves

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O olhar esquivo, inexpressivo às vezes, de inquietação noutras, andar desengonçado, os ombros balançando para um lado e para o outro o Tonho da Minhoca parecia que fugia de qualquer coisa ou de alguém.

Não era de todo doido, ou seja, aquele que por razões de deficiência genética fica incapacitado de agir, mas era um alucinado. Parecia não gostar de mulheres pois referia-se a elas como “almas do diabo” que o “atentavam durante a noite”. Encolhia-se todo e cruzava os braços sobre o baixo-ventre, como que a proteger as partes íntimas, sempre que passavam por ele.

Mereceu a alcunha de Tonho da Minhoca pelo facto de alimentar os peixes com minhocas, na tentativa gorada de os pescar. Praguejava contra eles, da mesma forma que fazia com as mulheres, pois eles, em vez de “morderem” o isco, comiam-no.

Sozinho, cultivou terras, negociou muitas outras e construiu a sua casa, um lugar lúgubre, de chão escuro, de terra batida, onde nenhuma mulher teve a ousadia de entrar. No entanto, na sua cabeça e nos seus sonhos nocturnos, muitas foram as que lhe bateram à porta e o atormentaram. Demónios vestidos de saias, bruxas que davam risadas na noite e que chamavam por ele. No dia seguinte contava o que lhe tinha acontecido acusando as viúvas da aldeia ou alguma rapariga solteira, de lhe terem aparecido. Uma cruz de madeira, do lado de fora da casa, servia de amuleto, para afugentar as almas penadas (as visíveis e as invisíveis) que imaginava andarem por ali...

Esta rejeição pelas mulheres, que não era senão uma atracção camuflada por elas, foi patente ao longo de toda a sua vida como se algum trauma de infância o tivesse deixado prisioneiro dos seus próprios desejos e incapacitado de viver. Referiu-se um dia à sua mãe como tendo sido uma ladra, ao devolver um cobertor a uma família, como paga da dívida deixada por ela.

De doenças que possa ter tido tratou-as com mezinhas caseiras e raramente ia ao médico. Quase no fim da sua vida dirigiu-se a um lar de idosos para aí pedir guarida. Não deram importância ao seu pedido. Como todos os atingidos pela loucura, também ele foi um excluído.

Depois de alguns dias doente e sem que ninguém lhe valesse, foi encontrado morto detrás da porta de saída de sua casa, agachado no chão, tal qual veio ao mundo. Deve ter lutado contra a Morte ao querer fugir dela e do local das suas tentações. Na sua nudez, foi como se ela (a Morte), feminina e doce, o viesse buscar, às pressas, para o libertar de todos os seus tormentos...

Veja outras personagens típicas que constituem memória da Maljoga |AQUI|

Lurdes Alves
Fevereiro de 2010