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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Vamos cantar as Janeiras II!

É isso mesmo...Cantar as Janeiras, é na Maljoga dias 28 e 29 de Janeiro de 2011!
Os instrumentos e os tocadores já estão a ensaiar!

 Por motivos de força maior, esta iniciativa será cancelada. Lamentamos o sucedido e prometemos futuras iniciativas na nossa Maljoga! Obrigado! A direção ACRDSM,

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Votos de Boas Festas!

A Direção da Associação Cultural, Recreativa, Desportiva e Social da Maljoga de Proença , endereça a todos os associados e seus familiares, votos de Boas Festas, repletos de saúde e felicidade!
A todos os que estão fora, e não nos podem visitar nesta quadra, um fraterno e caloroso abraço de todos os Maljoguenses!

Aproveito para lembrar que precisamos de umas vozes afinadas, ou mesmo menos ajeitadas, desde que cheias de boa disposição, para cantar as janeiras, no dia 28 e 29 de Janeiro.
Cumprindo a tradição dos nossos antepassados, vamos repetir a iniciativa do ano anterior. Já temos tocadores, faltam as vozes!

Um abraço a todos!
Rui Lopes,

domingo, 20 de novembro de 2011

FESTA DE CRISTO-REI DO UNIVERSO

Como já vai sendo tradicional, também este ano a Maljoga homenageou o seu padroeiro - Cristo Rei.
Após a missa, celebrada pelo Sr. Padre José Luís das Cimadas, seguiu-se uma tarde de convívio promovido pela nossa Associação, onde se saboreou um belo cozido à maneira da nossa terra regado com vinho novo das vinhas da Maljoga.
Ao fim da tarde, já com o frio a apertar, foi altura para se comerem as castanhas e provar a agua-pé.

Aqui fica uma breve reportagem, a pensar sobretudo naqueles que, estando longe, gostam de saber que a Maljoga continua bem viva, apesar da tristeza que sentimos por alguns Maljoguenses nos terem deixado recentemente. Eles ocupam, cremos nós, o seu lugar no Reino de Deus como líamos no Evangelho de hoje... A Maljoga agradece-lhes o exemplo de amor que nos deixaram e que tentámos replicar na festa de hoje!

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

A Maljoga vê partir mais uma das suas filhas... A dona Carmo Alves, viúva do Ti Adelino!

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Soube-o hoje, através de nota enviada pelo nosso presidente que também tinha acabado de tomar conhecimento.

A dona Carmo tinha 91 anos de idade e faleceu no dia 5 de Novembro. Já tinha visto partir o seu marido, o ti Adelino, em 2008. (Sócio honorário da Associação cf. noticiário da Associção de 2008 - fundo da página)

Do convívio com ela, ficou-nos a sensibilidade e o carinho com que se nos dirigia.

A Maljoga despediu-se de mais uma mãe e nós sentimos a sua perda! Fica-nos o seu sorriso que revejo enquanto escrevo estas linhas em sua memória... e a sua figura, no Coruito, ainda na companhia do Ti Adelino, sempre amáveis, sempre acolhedores, sempre disponíveis...

Aos seus filhos, genros, noras e netos quero manifestar o meu pesar, em nome da Associação e do seu presidente, Rui Lopes.

Joaquim

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Mais uma figura da Maljoga que nos deixou... A Ti Neves Tereso.

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A Maljoga reuniu-se ontem, mais uma vez, para prestar homenagem a mais uma  mulher que viveu e ajudou a edificar a Maljoga que adoramos. Tinha 94 anos e era seu desejo, dizem-me, morrer no dia  de Todos os Santos. E assim aconteceu. Foi a enterrar ontem, dia da Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos.

Ao evocar, na minha memória, a Ti Neves Tereso, entendo melhor como o projeto de Deus vivido por ela e pelo Ti Joaquim Tereso, enquanto família, foi um projeto de fé, de esperança, de amor ao "próximo", no sentido mais evangélico do termo. E a memória da sua vida de fé, que testemunhei desde criança, confirma a minha esperança de que, no fim, não pode estar a morte, o fracasso, o nada, mas sim a comunhão com Deus, a realização plena do homem, a felicidade definitiva, a vida eterna na casa do Pai.

Foi uma mulher na Maljoga... Tarefa que não era fácil nos meados do século passado! Para ela e para todas as outras que, como ela, tinham de governar uma casa com o quase nada que tinha de chegar para todos!

Dizem hoje os mais novos... Como foi possível, às mulheres da Maljoga, criar seis e mais filhos sem água canalizada, sem luz elétrica, sem casa de banho, sem televisão, sem rádio (o primeiro a chegar à Maljoga foi nos anos sessenta), com as ruas atapetadas de mato onde o convívio entre galinhas, patos e crianças e os pachorrentos bois se fazia com a maior das naturalidades? Aos incrédulos, eu acrescento que, nessa época, ainda não se falava em subsídio de natalidade, nem de aleitamento, nem abono de família, nem rendimento mínimo...

Diz-nos a Bíblia no capítulo 14 do livro de Provérbios, que cito de forma livre, que a mulher sábia edifica a sua casa mas a tola a derruba com as suas próprias mãos. Na Bíblia a Sabedoria está com os humildes... e os louvores que tece à mulher sábia assentam muito bem às mulheres que, como a ti Neves, edificaram a Maljoga, terra que adoramos...

     "Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor excede em muito o de finas jóias.   O coração do seu marido confia nela... Ela faz o bem e não o mal, todos os dias da sua vida. Busca a lã e o linho e de bom grado os trabalha com as suas mãos. É ainda noite, e já se levanta, e dá mantimento à sua casa. Ela percebe que o seu ganho é bom; abre a mão ao aflito e a estende ao necessitado. Fala com sabedoria e a instrução da bondade está na sua língua. Atende ao bom andamento da sua casa e não come o pão da preguiça. Levantam-se seus filhos e lhe chamam afortunada; seu marido a louva, dizendo: muitas mulheres procedem virtuosamente, mas tu a todas dominas. 
     Enganosa é a graça, e vã a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada".

Em nome da Associação, e do seu presidente Rui Lopes, transmito sentidos pêsames ao seu marido, Ti Joaquim Tereso (que brevemente fará cem anos...), aos seus filhos, genros e netos.

Joaquim

domingo, 23 de outubro de 2011

Festa de Cristo Rei, 20 de Novembro 2011

Conforme manda a tradição religiosa, celebramos no dia 20 de Novembro a festa do padroeiro da Maljoga, Cristo Rei. O mesmo Cristo que é Redentor no Brasil, Rei em Almada, e visto de Lisboa, é o título de Jesus Cristo em várias passagens bíblicas,  ícone eterno da cultura Cristã. Celebramos esta festa em conjunto com outros credos cristãos e protestantes, na mesma data, pois ela encerra o ano litúrgico, que termina antes do Advento se iniciar. O Advento, festa de preparação do Natal, é uma festa de esperança, do "adventus" (tempo de chegar a...), que para os cristãos significa o nascimento de Jesus Cristo, e é um momento de paz, fraternidade e de alegria.
Venha partilhar também essa paz, fraternidade e alegria na Maljoga, na celebração da festa de Cristo Rei, dia 20 de Novembro!

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Encontros de outono na Maljoga de Proença!

Mais uma vez, o outono na Maljoga, é marcado por um fim de semana de actividades na aldeia e à volta dela! Esperoamos que o Tonho da Mata ainda tenha por lá uns morangueiros para à malta pisar, que no forno não falte a lenha para cozer o pão, e o Tonho Lavrador não tenha a adega seca...que participantes, não vão faltar!
Juntem-se a nós, e venham dar as boas vindas ao tempo das couves, do cheiro a broa de milho, da jeropiga, da água-pé e das "quentes e boas"... Saiam de casa, venham caminhar, brincar um pouco e sorrir até que vos doam as bochechas..., que isso, a Troika não nos tira!

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REPORTAGEM

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Foi mais um encontro de outono, num belíssimo fim de semana, ao qual compareceu o Sol que tanto desejámos para abrilhantar ainda mais a festa. Cerca de 50 amigos da terra, uns de cá, outros do Oeste, de Lisboa e do Porto e reuniram-se na Maljoga para um convívio que começou no sábado, bem cedo....Ainda o sol não tinha nascido e já o forno da aldeia cheirava a esteva queimada e pão assado no forno. À mesma hora na associação amassava-se a broa e pão com medronho (especialidade da terra). Depois seguiu-se a apanha das uvas que mais tarde fariam parte do rallye paper, numa prova de pisa uvas, em que as equipas teriam de sorver o máximo suco possível de cerca de 50kg de cachos oferecidos pela Dª Carma do Tio Adelino. O almoço de sábado foi partilhado, aonde não faltou uma bela agua-pé oferta do António Balado! Seguiu-se um animado rallye-paper, cujos carros eram nada mais nada menos que uns 8 carrinhos de mão rebuscados em várias casas da aldeia...foi uma paródia! 8 equipas se formaram para fazerem um percurso a pé, e com os carrinhos de mão carregados pela aldeia, respondendo a perguntas acerca das nossas gentes e de aspetos relacionados com a Maljoga. A pisa da uva na casa do António da Mata já é tradição neste fim de semana, e desta vez não foi diferente...Lá foram eles devolver a abóbora a seu dono e pisar os cachos para sorver o mosto. Mas a tarde ainda ia a meio, e levámos os nossos amigos até à aldeia de Oliveira para ver os artesãos do vime e do xisto produzirem com mestria pequenas casas em pedra e canastras em vime. A noite foi de diversão, acompanhada de uma sopa de peixe e petiscos vários, onde não faltou a boa disposição e a entrega dos prémios às equipas vencedoras do rallye-paper, com um licor de Murtinho delicioso à mistura...
O dia seguinte começou com um pequeno almoço reforçado na associação, e às 9h deu-se o inicio do percurso pedestre, que desta vez foi pela Rota dos Estevais. Um belíssimo percurso em São Pedro de Esteval, à beira da ribeira e por entre caminhos de estevas. Foram quase 10km em pouco mais de 2h de caminhada sempre bem animada, onde os mais pequenos Gonçalo, Madalena e Beatriz não deram descanso aos mais habituados a estas caminhadas fazendo ver, que de pequenino é que se torce o pepino...E terminámos ao almoço, com uma sopa da pedra, à qual se juntaram mais uns quantos conterrâneos para um domingo solarengo e bem divertido!
Bem haja a todos quantos colaboraram, e participaram nesta iniciativa. Para o ano teremos mais encontros, talvez de inverno nas Janeiras, ou na Primavera...

Até lá, um grande abraço da Associação da Maljoga de Proença!
Rui Lopes,



sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Falecimento de Nuno Parente

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Vimos partir esta semana mais um amigo e sócio. De poucas palavras, mas com um coração generoso, é assim que o recordo, e dos tempos em que eu, rapazola, como muitos outros das Maljoga, saímos de festa em festa, à boleia com o Nuno Parente, a quem nunca faltou uma palavra e uma atitude amiga para os mais novos (alguns com idade para serem seus filhos).
Um espírito jovem e dedicado às pessoas que dele se aproximavam,  fez com que nunca lhe faltassem amigos a quererem conviver com ele.

A Associação Cultural da Maljoga de Proença, apresenta sentidas condolências à família enlutada!

Prestamos-lhe homenagem com um texto assinado pela Lurdes Alves, amiga de sempre do Nuno Parente!
Rui Lopes



O PRÍNCIPE



Não é belo. Nem jovem. Quase não fala e o silêncio que vem dele é-nos perturbador. A nossa memória sente-se como que atraiçoada por esta ausência de afecto. Mas, ele, traz-nos a doce lembrança dos nossos verdes anos. Do companheirismo e das horas alegres nas noites cálidas de verão.

É quase um príncipe encantado. Continua lá, no seu castelo, guardado por uma grande fortaleza e à espera que o tempo passe.

Os seus afectos onde estão ? Talvez agrilhoados por grossas correntes nas masmorras da sua alma. Quem lhe terá traçado tal destino ?

No entanto, este ser quase inatingível, porque distante, continua a alimentar os nossos sonhos de juventude. O príncipe, assim lhe chamamos, continua enigmático.

Quando se libertará deste estado de encantamento? Talvez nunca !

Mas é bom saber que ainda está lá ...

Outubro, 2005

Há palavras que ficam por dizer, sempre que, inesperadamente, alguém morre! E lamentamos, profundamente , não termos tido a oportunidade de demonstrarmos todo o nosso afeto às pessoas de quem gostamos.

Ao Nuno Parente, a quem chamamos “Príncipe”, e que nos deixou cedo demais , fica aqui um retrato singelo. Em nome de todos os amigos de juventude, e de agora, queremos dizer-lhe que “continua a ser bom sabermos que estás por aqui... nas nossas lembranças”.

Maria de Lurdes Alves

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Falecimento de José Cardoso da Maljoga da Sertã

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O seu funeral realizou-se, no dia 19 de Agosto, para o cemitério da Várzea dos Cavaleiros - Sertã.

A imagem que dele conservo é a de um homem conformado com a debilidade física em que ficou depois de acidente rodoviário em que esteve envolvido, há mais de quatro décadas. Recordo a sua figura, sentada na sua "venda", apoiado à sua bengala, que, à despedida, recomendava sempre: "leva lá isso com paciência", como que a dizer aceita lá aquilo que te estiver destinado como eu o faço.

Mas nem sempre foi assim.... Uma das alegrias que evoco da minha infância era quando a minha mãe me mandava ao Zé Cardoso buscar qualquer coisa que lhe fazia falta para o governo da casa. Aquela "venda", para mim, era um lugar mítico... Lá havia à venda piões, pirolitos, rebuçados - por vezes lá tinha a sorte de receber  algum, das mãos do Sr. Zé Cardoso, nas minhas diversas deslocações às compras...!

Mas o que mais me deslumbrava naquele lugar era a chegada ou a partida da "camioneta da carreira". Aquele sítio era, para mim, o ponto de partida para o mundo...  De lá se saía para o Brasil, para Lisboa, para a "tropa"... Saíam as pessoas mas também as encomendas - grandes cestos de vime com tampas de serapilheira cosidas onde seguiam iguarias com que os maljoguenses que viviam na "diáspora" matavam as saudades da sua Maljoga. De vez em quando, também lá chegava alguém que, quando anunciado, era esperado, com grande alarido, pela família.

O Sr. Zé Cardoso era, para  criança que havia em mim, o "sinaleiro" que regulava aquele "trânsito". Era na "venda" que os que partiam e chegavam eram acolhidos por aquele homem que eu considerava único! Sem a sua "venda" não havia saída possível da Maljoga... A Maljoga, sem a sua venda, ficaria para sempre fechada sobre si mesma, nunca iria a lado nenhum!...

Mas a "venda" tinha também outros encantos... Ali se viviam alegrias e tristezas com a chegada e a partida do Correio - ó ti Zé, chegou alguma carta do Brasil para mim? - ó ti zé, abra lá e leia para mim... Era o telefone - mete cavilha tira cavilha -  e ao fim de algumas horas lá se chegava à fala com os familiares em Lisboa...

Para todos o ti Zé Cardoso tinha uma palavra de ternura com que procurava suavizar as saudades de quem um dia ali se despediram!

Os tempos mudaram e a "venda" do ti Zé Cardoso também...

O automóvel particular, o telemóvel, a Internet esvaziaram a "venda" da sua antiga função... mas, na minha memória, ficarão para sempre a ecoar  as palavras sábias do ti Zé Cardoso: leva lá isso com paciência!


Às suas filhas e genros, desejo, em nome da Associação e do seu presidente, Rui Lopes, os mais sentidos pêsames.

Joaquim

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

A Maljoga está novamente de luto

Nasceu a 1 de Maio de 1921
Faleceu a 18 de Agosto de 2011
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A Maljoga celebrou hoje, dia 19 de Agosto de 2011, o funeral de mais uma das suas figuras típicas: a Maria da Conceição Moreira, mais conhecida pela Ti Maria Latoeira, esposa do Ti Abílio Lavrador, já falecido, este sim o latoeiro de profissão que deu o nome de Latoeiros aos seus 10 filhos, nove dos quais estão ainda entre nós.

A Ti Maria Latoeira, dos seus 9 filhos vivos, possuía 17 netos e 17 bisnetos, se não me falha  memória...

Só por este feito merecia uma medalha de mérito, pois, sem os apoios estatais que hoje têm o nome de rendimento mínimo, de inserção e não sei que mais..., governou, com o seu marido, a sua casa e criou os seus filhos que hoje aí estão entre nós a lutar pela vida nas mais diversas profissões...

No que alcanço de memória, relembro a figura do ti Abílio Lavrador (e da Ti Maria) a chegar à Maljoga com a sua carroça de oficial de latoeiro ambulante e montar arraiais na Relva, mais propriamente nos currais e palheiro da Ti Júlia Velha, pertença, já na altura, do Ti Daniel. No meu olhar de menino, teria uns três ou quatro anos, o que evoco era a carroça de onde pendiam panelas, cestos, alguidares e outras utensílios que arranjava ou negociava e uma figura simpática que oferecia aos garotos, como eu, mãos cheias de figos secos. Vinha de Dornes, da Fresoeira, lugares que uma criança como eu cuidava ser o Paraíso, pois havia lá passas de figo mais doces que o mel.

O tempo veio mostrar-me que não era bem assim e começou a nascer em mim a admiração por um homem e uma mulher que ajudavam as pessoas: remendavam panelas, punham gatos nos alguidares e pratos de porcelana e barro, faziam aguadouros resistentes de folha lisinha que iam substituindo os velhos aguadouros frágeis de cabaça.

Mas, ao fim de algum tempo, iam-se embora  e eu ficava triste, pois apagava-se o lume onde o ferro de soldar sempre quente ia distribuindo solda pela chapa e latas onde se armazenavam chouriços, ou azeite, que iam para o Brasil ou outras terras de imigração dos Maljoguenses. E a criançada ficava à espera de novo regresso!

Até que um dia, ou porque a Maljoga se enamorou do Ti Abílio e da Ti Maria, ou porque estes se enamoraram da Maljoga, chegaram e já não partiram. A Ti Maria percorria as terras vizinhas e de lá vinha carregada com panelas, caçarolas, tachos e encomendas em chapa que o Ti Abílio, com uma habilidade e profissionalismo extraordinário, remendava, refazia ou fazia de novo. Muitas vezes a troco de produtos alimentares que era uma forma vulgar de pagamento entre gente tão pobre como eles.

Era no tempo em que os sapateiros  e os barbeiros iam a casa dos clientes de quem também recebiam, pelos serviços prestados, broa, cereais, azeite e outros produtos alimentares que estes homens de ofício não produziam, ou por não terem terras, ou por não terem tempo para as cultivar, pois o seu ofício era prestado de sol a sol.

A maior parte dos filhos da família dos Latoeiros, também conhecidos por Lavradores, já nasceram  na Maljoga e, pelos menos os filhos mais novos da família, já não fazem parte das memórias que evoco. Contudo, devem sentir-se orgulhosos pelo pai e pela que mãe que tiveram, pois eles foram uma mais-valia para a Maljoga e povoações vizinhas que, por isso mesmo, também os souberam estimar e acolher dentro da pobreza comum a todos.

Os mais novos que me lêem têm na memória a figura da Ti Maria já velhinha que tanto ria como chorava, ou melhor ria a chorar... Se conseguirem evocar o "filme épico" de que atrás tracei alguns quadros, talvez encontrem a razão dessa forma de ser.

Quis Deus que os seus últimos sete anos fossem anos de sofrimento, mitigado de forma tão sensível pelo carinho diário da sua filha a Carma e do seu genro o Zé com quem partilhou a sua prolongada doença, com o apoio, é certo, de todos os seus outros filhos, genros e noras. 

Que a Misericórdia Divina recompense, no Seu Reino, a Ti Maria por tanto amor que dedicou ao seu marido, aos seus filhos, genros e noras, e à Maljoga que amou como o melhor dos Maljoguenses.

Aos seus filhos, genros e noras, netos e bisnetos, em nome da Associação por delegação do seu Presidente, Rui Lopes, queremos endereçar os mais sentidos pêsames. Uma lembrança especial para o seu neto o Rui que é actualmente Secretário da Associação.

Joaquim

terça-feira, 12 de julho de 2011

Festa de Verão, 13, 14 e 15 de Agosto

É o nosso habitual convívio de verão. Para os mais corajosos começa dia 13 pelas 6:00h com a Grande Caminhada pelas Fragas e Levadas da Ribeira da Isna. E continua dia 14, com o almoço, seguido de uma tarde animada pelo Roque e a Amiga(Gertrudes), e o baile animado ora pelo violão, ora pelas teclas do Heliac que nos presenteará com sons do Brasil num ritmo quente e caloroso dedilhando as cordas da sua viola, e nas modas mais pitorescas portuguesas para dançar agarradinho acompanhado pelo piano, sempre ao som da voz deste amigo cego que faz com a ajuda das suas mãos, as delicias do público. Terminamos no dia 15 com uma sardinhada à beira da Ribeira da Isna! Não faltem ao convite!
Festa de Verão da Maljoga, 13, 14 e 15 de Agosto de 2011

A Associação Cultural de Maljoga de Proença levou a cabo mais uma festa de Verão, que se realizou nos dias 13, 14 e 15 de Agosto. Esta festa que se tem repetido ao longo de vários anos com um carácter muito familiar, destina-se a reunir os maljoguenses, sócios, familiares e amigos da Associação e da Maljoga, num convívio que tem como momento mais alto um almoço convívio. Este ano, à semelhança de edições anteriores, o programa estendeu-se com várias actividades por mais de um dia. No primeiro dia, pelas 6.30h fez-se uma caminhada pelas levadas e fragas da ribeira, que juntou uma dúzia de participantes numa aventura por trilhos não marcados, sobre uma paisagem única, tendo como pano de fundo a ribeira, e toda a paisagem rural que a rodeia. No dia 16, um outro grupo de maljoguenses e amigos de fora, aventurou-se na Rota dos Estevais em S. Pedro do Esteval.
O dia 14, momento alto da nossa festa, reuniu uma centena e meia de pessoas no almoço convívio, preparado e confeccionado pelas gentes da terra: enchidos grelhados, sopa de peixe, pá de porco à padeiro, tigeladas, e outras sobremesas ofertas das senhoras da nossa terra compuseram o menú servido na sede da Associação que já bem merece as obras de ampliação e requalificação necessárias. Ainda mal se haviam recomposto do almoço, e já o baile havia começado. Era para aí meio da tarde, quando o nosso amigo Heliac, músico brasileiro cego, fazia as delicias dos pares que eram muitos, ao som de modas bem portuguesas. Acompanhado, ora pelo teclado, ora pela viola acústica e com uma voz imponente, este nosso amigo, proporcionou um baile de arrasar, que se prolongou pela noite dentro, numa actuação que só foi interrompida pela actuação do dueto teatral “Roque e a amiga Gestrudes”. Estava tudo tranquilo a ouvir umas músicas do Sertão brasileiro ao som da viola e voz do Heliac, quando o Roque e a Gestrudes romperam por ali a dentro para atrapalhar a festa. Com um ar atabalhoado e campónio, esta dupla de amadores de palco, proporcionou meia hora de comédia, onde não faltaram umas brejeirices popuchas, umas piadas a alguns amigos da nossa terra, e muita risada pelo meio. Foi um momento bem divertido, que estes conterrâneos e amadores do teatro proporcionaram a todos os participantes. Ao jantar serviram-se petiscos, sopa e frutas. E o baile lá continuou, numa actuação que totalizou cerca de 6 horas. Até as raposas se assustaram nessa noite, e devem ter fugido todas pelo Cabeço da Porca acima, tal não era a imponência do nosso artista. Lá para o final da noite foi hora de sortear as rifas, que tinham como cabeça de prémio um cabrito oferta do casal Carma Lavrador e José Rosa, a quem a Associação muito reconhece a generosidade. Até o dito animal teve direito a honras de festa, sendo agraciado pelos participantes após uma passagem pelo arraial. Um presunto curado por altura da festa da matança do porco que se realizou em Fevereiro, e um cabaz, eram o 2º e 3º prémio respectivamente.
No 3º dia de festa, teve lugar uma sardinhada convívio, que, por causa do calor que se fazia sentir, não se realizou nas margens da Ribeira da Isna, usando-se a sede da Associação para esse efeito.
Foram 3 dias de muito convívio e partilha entre as gentes da Maljoga, os que estão por cá, e os que partiram para fora e agora regressam para matar saudades, como é o caso de alguns “brasileiros” que nos visitaram este verão e marcaram presença na nossa festa. É também cada vez mais habitual ter nas nossas festas e actividades amigos de outros lugares do país, como os amigos de Torres, do Oeste, de Lisboa e Leira e outros sítios. Assim se divulga a nossa terra, e se atraem pessoas para a região.
Agradeço aos membros da Direcção, do Conselho Fiscal e Assembleia Geral que se juntaram para levar a cabo mais esta iniciativa, aos sócios e amigos que aceitaram o convite em participar em mais uma festa. Ao meu amigo Heliac pela excelente animação, ao Roque e à Gestrudes, à Câmara Municipal e Junta de Freguesia pelo apoio prestado.

Rui Lopes
Presidente da Direcção, ACRDS Maljoga

Clique abaixo...

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sexta-feira, 27 de maio de 2011

Festa de Santo António

E ainda no mesmo fim de semana, por oferta dos António residentes na Maljoga, a festa de Santo António, no dia 12 (Domingo), ao final da tarde na fonte do meio, para uma bela sardinhada e bons momentos de convívio!

Segunda- feira , dia 12 de Junho 2011
Os Antónios residentes na Maljoga foram os anfitriões da festa convívio que se realizou  na fonte  do meio, a segunda dos três  fontanários existentes na aldeia,  e ofereceram comida e bebida a todos os presentes.
O arco foi enfeitado com papel colorido e balões, como manda a tradição. O coração vermelho ao centro e os paus laterais forrados com murta, flor de São João, (também chamada de capelas) e a flor rosa das moitas, numa mistura de cheiros,  cujo perfume  inebriou o ar quente do mês de Junho.
Eram cinco horas da tarde,  quando se ergueu o estandarte em honra do Santo António, pelos homens e mulheres que ali se encontravam. Ao mesmo tempo foi entoado a várias vozes o hino ao Santo Patrono dos Antónios  que  se reuniram para festejarem o dia do santinho do mesmo nome, e dizia assim:
Santo António subiu ao Céu
Nos braços da sua tia
Acorda, António Acorda !
Amanhã é outro  dia

Oh meu rico Santo António
Santo António pequenino
Has-de ser o meu compadre
Do meu primeiro menino

E houve sardinha assada e entremeada na brasa. Dançou-se ao som de Quim Barrreiros e Roberto Leal. E o vinho, mais aliado dos homens do que das mulheres, invadiu de alegria o espaço de convívio.













Festas de Proença, 9,10,11, 12 e 13 de Junho

A Associação de Maljoga de Proença vai estar presente com uma tasquinha durante as Festas da Vila de Proença-a-Nova. Não faltarão petiscos e refeições com iguarias da nossa região, e um serviço de 1ª.
Apareçam, para dar uma ajuda, que bem precisamos, seja contribuindo com trabalho e consumo, ou só com consumo. Não deixem de consultar o belo cartaz de animação na página da Câmara-
http://gonssalo.wordpress.com/2011/05/12/festas-de-proenca-a-nova-2011/

Contamos com a vossa presença!


16 de Junho de 2011

Já passou mais uma participação da Associação, em mais uma iniciativa promovida pela Câmara Municipal de Proença-a-Nova. Desta vez foi nas festas da vila, de 9 a 13 de Junho. Participámos com uma tasquinha com refeições e petiscos. A ementa não era longa mas bem apurada. A saber, chanfana de cabra, soba de barbos com poejo e pão frito em azeite, qual destas duas a melhor! Para sobremesa, tigeladas e papas de carolo doces com molho de cerejas e mel! Para petiscos, queijo de cabra, azeitona galega temperada, chouriço assado na aguardente, e presunto (daqueles que foram curados do porco na Festa da Matança do Porco), estavam uma delicia, mas ainda sobrou um para um cabaz de Verão. Entre vinhos, cervejas e medronhos, lá se foram aviando uns e outros que escolheram a simpatia do nosso pessoal, e a comida bem apuradinha da Maljoga para as suas refeições e petiscos nos 5 dias de festa da Vila.
E para trabalhar, os do costume, os Rui Lavrador e Lopes, a Lurdinhas, e a Dª Paula das Cimadas, o Sr. Alfredo, a Mi-Zé, Dª Elvira, Ana Lavrador, Lurdes Balado, Idalina e António Balado. Mas ainda tivemos a participação especial de 3 jovens de Alcobaça, meus alunos, de cozinha que quiseram vir conhecer os encantos da Beira Baixa, e ficaram encantados. O Zé, o Pedro e o Helder, rumaram de Alcobaça até à Maljoga para conhecer a chanfana, o medronho, os poejos, os barbos, o pão de milho...e muitos outros encantos da nossa linda terra.
Foi um sucesso a nossa participação, apesar de ainda não termos o balanço final do evento. Fica a promessa de participar em novas iniciativas.
Agradecemos à Câmara Municipal o convite e participação no evento.
Agradeço a todos quantos deram o seu apoio e colaboração, especialmente aos meus alunos, e  todos quantos quiseram dar o seu contributo fazendo ali as suas refeições e petiscos, em especial para a Lurdes e o Albino, António Mata, Otília e Ana que estiveram com os seus produtos e artigos na mesma festa durante os 5 dias também em representação da nossa comunidade.

Muito obrigado a todos!










A todos, Bem Haja!