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quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Cantar as Janeiras - 19 e 20 de janeiro


Maljoga - Cantar das Janeiras, 19 de janeiro

Janeira da Maljoga

Vimos cantar as janeiras

Do tempo da nossa avó

Somos gente da Maljoga

Unida num grupo só



Ó senhora desta casa

Sentada no seu banquinho

Venha a broa e o presunto

Mais o garrafão do vinho

(…)



Ó Espírito Santo Divino

Da corte celestial

Vimos pedir para as almas

Que nos hão- de ajudar



As almas do purgatório

Elas não podem cá vir

Temos nós a obrigação

De por elas vir pedir



Dai a esmola para o saco

Com devoção bem a dais

Lá tereis na outra vida

Vossas mães e vossos pais.



Por entre estas e outras modas se cumpriu uma vez mais a tradição de Cantar as Janeiras na Maljoga de Proença-a-Nova. Foi no dia 19 de janeiro, que um grupo bem animado de 20 almas se juntou pelas 15:30h na ACRDS da Maljoga para aí fazerem o ensaio. De acordeão aperreado para largar as suas melodias, lá estava o amigo Zé Maria dos Montes, já um habitué por estes lados. Juntaram-se pandeiretas, reco-recos, ferrinhos e ainda um adufe. Para alegrar ainda mais a malta, a concertina do Carlos Vitor da Isna de São Carlos, amigo sempre presente e animado nas nossas festas. Com tanto instrumento e mais as vozes afinadas dos entusiastas janeireiros, lá seguimos rumo à Santa Casa da Misericórdia de Proença, onde temos também uma conterrânea, a D. Lurdes do Sr. Amaro Mateus. Como é hábito, foram mais de trinta minutos de alegria, de cantorias, que vão desde as tradicionais janeiras às mais populares cantigas da Beira Baixa e do Interior de Portugal, às quais se juntam a cantar muitos dos idosos que ali habitam, e numa alegria tal que nos emociona sempre de alegria. Terminámos com um belo lanche, gentilmente preparado pelo pessoal da cozinha.

Seguimos depois para a Maljoga, de porta em porta, cantando e festejando a alegria de Jano, num esgar buliçoso de fazer acordar qualquer alma que aquela hora já fizesse encosto à pedra da fornalha. Esmola daqui, chouriça de acolá, copito aqui, escorropicho de abafado por lá… Entre abraços, cantorias e risadas, petiscos e outras alegrias, também a chuva deu tréguas para a atividade. Terminado o roteiro às portas dos maljoguenses, rumámos para a Associação da Isna de São Carlos onde nos aguardavam mais umas dezenas de amigos para outro momento de cantoria. Dali, seguimos para o Centro Bem Estar de S. José na Maljoga da Sertã, onde terminamos, como é habitual, com um bailarico de improviso.  

Na Maljoga, cumpre-se a tradição que já tem dez anos consecutivos, de fazer um almoço no domingo das janeiras, que normalmente é um Rancho à Moda da Beira. Desta vez não foi diferente, e lá se juntaram quatro dezenas de almas para mais um dia de convívio.

A todos os convivas e janeireiros, muito obrigado pela partilha, pela alegria e pelo convívio destes dias de festa!

Bem hajam, até breve!

Rui Lopes

P’la Direção ACRDS Maljoga