Maljoga - Cantar das
Janeiras, 19 de janeiro
Janeira da Maljoga
Vimos cantar as janeiras
Do tempo da nossa avó
Somos gente da Maljoga
Unida num grupo só
Ó senhora desta casa
Sentada no seu banquinho
Venha a broa e o presunto
Mais o garrafão do vinho
(…)
Ó Espírito Santo Divino
Da corte celestial
Vimos pedir para as almas
Que nos hão- de ajudar
As almas do purgatório
Elas não podem cá vir
Temos nós a obrigação
De por elas vir pedir
Dai a esmola para o saco
Com devoção bem a dais
Lá tereis na outra vida
Vossas mães e vossos pais.
Por entre estas e outras modas se
cumpriu uma vez mais a tradição de Cantar as Janeiras na Maljoga de
Proença-a-Nova. Foi no dia 19 de janeiro, que um grupo bem animado de 20 almas
se juntou pelas 15:30h na ACRDS da Maljoga para aí fazerem o ensaio. De
acordeão aperreado para largar as suas melodias, lá estava o amigo Zé Maria dos
Montes, já um habitué por estes lados. Juntaram-se pandeiretas, reco-recos,
ferrinhos e ainda um adufe. Para alegrar ainda mais a malta, a concertina do
Carlos Vitor da Isna de São Carlos, amigo sempre presente e animado nas nossas
festas. Com tanto instrumento e mais as vozes afinadas dos entusiastas janeireiros,
lá seguimos rumo à Santa Casa da Misericórdia de Proença, onde temos também uma
conterrânea, a D. Lurdes do Sr. Amaro Mateus. Como é hábito, foram mais de
trinta minutos de alegria, de cantorias, que vão desde as tradicionais janeiras
às mais populares cantigas da Beira Baixa e do Interior de Portugal, às quais
se juntam a cantar muitos dos idosos que ali habitam, e numa alegria tal que
nos emociona sempre de alegria. Terminámos com um belo lanche, gentilmente
preparado pelo pessoal da cozinha.
Seguimos depois para a Maljoga,
de porta em porta, cantando e festejando a alegria de Jano, num esgar buliçoso
de fazer acordar qualquer alma que aquela hora já fizesse encosto à pedra da
fornalha. Esmola daqui, chouriça de acolá, copito aqui, escorropicho de abafado
por lá… Entre abraços, cantorias e risadas, petiscos e outras alegrias, também
a chuva deu tréguas para a atividade. Terminado o roteiro às portas dos
maljoguenses, rumámos para a Associação da Isna de São Carlos onde nos
aguardavam mais umas dezenas de amigos para outro momento de cantoria. Dali,
seguimos para o Centro Bem Estar de S. José na Maljoga da Sertã, onde
terminamos, como é habitual, com um bailarico de improviso.
Na Maljoga, cumpre-se a tradição
que já tem dez anos consecutivos, de fazer um almoço no domingo das janeiras,
que normalmente é um Rancho à Moda da Beira. Desta vez não foi diferente, e lá
se juntaram quatro dezenas de almas para mais um dia de convívio.
A todos os convivas e
janeireiros, muito obrigado pela partilha, pela alegria e pelo convívio destes
dias de festa!
Bem hajam, até breve!
Rui Lopes
P’la Direção ACRDS Maljoga